Quem nunca, quando criança, pediu à mãe para deixar um pouco da massa do bolo na bacia, só para poder deliciar-se muito mais enquanto limpava a vasilha com o dedo? Lá em casa era uma briga feia para ver quem ficaria com a bacia suja de massa. O perdedor, coitado, teria que se contentar com a colher.
Esses dias fui forçada a ficar em casa, segundo o médico, estou com estafa, agravada, ou ocasionada, por uma anemia e outras cositas más. Ele viu meus exames e disse: "Menina, você tá feia, heim? Vá pra casa e faça absolutamente nada!" Isso mesmo, ele é supersensível assim. Adoro ele! Verdade!
Ai você diz: "Forçada??!! Sei..." Ok, ok, você não está totalmente errado(a). Como uma pessoa que adora ficar em casa, como eu, pode fazer um drama como este, não é? Pois é, mais, desta vez, quis até entrar numa com o médico, alegando que há tempos não ficava tão bem no trabalho como estou agora, e achava que o trabalho não estava fazendo isso comigo e blá, blá, blá de uma pessoa nada inteirada da situação. E aí ele me explicou sobre os meus exames, falou sobre stress acumulado e mais otras cositas más. " . Tá certo!
Agora estou em casa, estou fazendo uns exames, estou tomando medicamentos, estou revendo algumas coisas na minha vida, estou tentando voltar com minhas meditações, mas, quanto a fazer nada... Bem, isso é difícil.
Sou dona de casa, mãe, mulher, bruxa, deusa, criança, blogueira e tantas outras coisas que até me cansa pensar. Ficar parada, fazendo nada, é algo que não consigo. Até quando estou na frente da tv, assistindo a um programa, estou fazendo outras coisas (literal e filosoficamente falando).
Mesmo sendo difícil ficar parada, venho tentando ter alguns momentos tranquilos, pois não estou em férias, estou doente e preciso me recuperar, e entre os momentos agitados e os tranquilos, eu cozinho. Isso mesmo, eu gosto de ir para cozinha fazer minhas transformações. É lá, com a mão na massa e com uma musiquinha tocando, que muitas vezes eu desligo o botão "desse mundo".
E, hoje, fazendo bolos, lembrei-me desse hábito de criança, de lamber os dedos sujos de massa, de esperar ansiosa para que minha mãe terminasse de bater o bolo, de ficar colada nela para não perder a bacia, de criar caso com minha irmã, que sempre tentava ser mais esperta e rápida, de pedir uma porção extra toda vez que ficava com a colher... Essas coisas...
Hoje, não gosto nem de experimentar a massa crua para saber se está boa. Sei lá... acho que ficamos chatos depois de grandes.
Obaaa, ficaram prontos!!
Obaaa, ficaram prontos!!
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