Antes de mostrar os quadrinhos, não poderia deixar de falar a mina de ouro na qual os achei. Sim, minha gente, esse galpão ai de baixo cheio de entulhos, sujeira, papelada, coisas velhas e quebradas, para mim, é sim uma mina de ouro.
Este espaço fica na casa da minha cunhada em Porto Velho. Ela vive com o marido na casa em que a família construiu e viveu a maior parte da vida, enquanto juntos. Meus sogros são separados há mais de dez anos e, atualmente, cada um tem sua vida e em lugares diferentes (meu sogro mora em Vilhena com a nova família. Minha sogra ainda mora em Porto Velho, mas em outra casa), e meu marido, bem... Meu marido tá aqui, comigo. O que quero dizer é que quem comanda a casa hoje é minha cunhada.
Ela fez algumas mudanças e reformas, mas muita coisa do passado foi preservado ou simplesmente ficando por lá. Como estes azulejos que eu adoro (cunhada, quando decidir tirá-los, manda algumas peças pra mim, tá?).
E esta cristaleira, que, se não estivesse tão danificada por dentro (cupim), eu choraria por ela.
Voltando ao quartinho da bagunça... O clima lá é meio tenso, pois repousam móveis, utensílios domésticos, papéis, fotos e mais um trilhão de coisas de diferentes épocas da família. Minha sogra tem o hábito de guarda tudo, na esperança de um dia utilizá-las novamente (eu sei bem como é isso... rs). Eu arrisco dizer que é uma vida inteira que tem lá dentro. São coisas que não consigo explicar e nem devo tentar. O que realmente importa é como eu vejo tudo aquilo.
Pedi licença para quem deveria pedir e entrei. Não dá para mostrar tudo, e nem minha sogra ficaria muito feliz se assim o fizesse... Me encantei por muita coisa lá dentro. De cara, bati o olho em três itens: um porta bolsas (que, fazendo uma forcinha, você o verá bem no centro da primeira foto deste post), esta estrutura do que um dia foi uma máquina de costura...
Esta mesinha para telefone (que um dia foi
assim)...
E finalmente este filtro de água, que foi amor à primeira vista. Será que foi pelo fato dele ser azul? Não, gente, não foi só por isso. É porque ele é lindo mesmo! Está meio manchadinho e com um pequeno trinco, mesmo assim, o amei.
Revirei o que pude. Mas não pense que passei o dia lá abrindo caixas, fastando móveis, levantando e baixando coisas... Nada disso! O máximo que fiz foi levantar uma e outra coisa com as pontas dos dedos, afinal, o clima lá é tenso. Além disso, não eram minhas coisas... Vamos respeitar, né?
Depois de muito namorar algumas coisas lá dentro, consegui garimpar estes quadrinhos. O elefante foi uma relação que não deu muito certo, e aí ele acabou voltando para a estante empoeirada de onde o tirei, diferente do filtro e do porta bolsas, que vieram comigo e ganharam um novo lar doce lar. Os demais objetos que tanto gostei tiveram que ficar, pois, infelizmente, não tinha como trazê-las.
Agora sim, os quadrinhos... Pois bem, já na casa nova, eles tomaram vários banhos, foram desmontados e desmembrados: decidi não usar os vidros com as florezinhas. Até gostei delas, mas tinha outros planos para os quadros.
Este quadradinho laranja entrou nessa história de gaiato. Nada mais é do que uma moldura de um espelho vagabundinho que se quebrou aqui por casa e (como tenho o hábito de minha sogra) eu acabei o guardando para, quem sabe, usá-lo depois, e, agora, finalmente, ele ganhou nova vida, que vocês verão em seguida.
Após algumas demãos de tinta spray eles ganharam cara nova e um cantinho especial aqui em casa.
Sempre quis ter molduras coloridas na parede. E olha quão feliz ficou a moldura do espelho quebrado. Nem foi preciso pintá-la.
Por enquanto, eles ficarão assim, sem "conteúdo", só no branco... O "recheio" ficará para a Parte II.
P.S. Não podia deixar de agradecer a minha cunhada, que se despediu feliz de tudo que eu trouxe, e ainda insistiu para que eu trouxesse mais. E a minha sogra, por confiar em mim para dar nova vida às coisas que ela já não tem mais tempo de cuidar. Obrigada!