Cuidadosamente, ela afasta a cortina que cobre o vitral da porta e, com certa ansiedade e discrição, olha. Ela sabe que ainda não é a hora. Seu propósito não está ali. Pela casa, move-se lentamente, conferindo sem intenção a mobilha envelhecida e levemente empoeirada. Transpassa os pequenos cômodos, mirando com cumplicidade os elementos zelados pela tranquilidade daquela luz. Chega a acenar sutilmente com a cabeça para eles.
Tudo parece exigir dela um ritual, e assim ela o faz... Segue para o lugar das transformações, e lá, acende a chama que irá aquecer todas as suas vontades do dia, mas, naquele momento, servirá apenas para borbulhar a água. Enquanto espera, limpa algumas das energias deixadas pela noite e prepara o ambiente para o próximo ritual.
Aos poucos, a luminosidade da pequena chama deixa de ser a principal. Ele vem despontando. De pé na janela, aberta só agora, ela respira fundo e deixa a brisa penetrar e limpar todo o seu corpo. De fora, as pequenas ramagens que vêm de cima liberam um aromático "seja bem vinda...". "- Sejamos todos... Todos...".
A capa, que insistia em desnudar-lhe os ombros, agora está bem pressa. Pronta, pelos fundos, ela sai. O abraço gélido do que sobrou da noite ainda lhe gera um certo desconforto, mas ela sabe que este é o momento. Todos sentem sua presença e é linda a cordialidade com a qual todos se respeitam...
As árvores, os pássaros, o céu, até as flores que ela mesma plantou se misturam ao cinza daquele amanhecer. Os cristais e pedras deixados por ela na noite passada, à luz da Lua, também aguardam a nova energia. O chão é úmido e as folhas ainda pesam com as gotas do orvalho, e, por alguns minutos, ela se deixa seduzir por aquela energia.
Aos poucos, a luminosidade da pequena chama deixa de ser a principal. Ele vem despontando. De pé na janela, aberta só agora, ela respira fundo e deixa a brisa penetrar e limpar todo o seu corpo. De fora, as pequenas ramagens que vêm de cima liberam um aromático "seja bem vinda...". "- Sejamos todos... Todos...".
A capa, que insistia em desnudar-lhe os ombros, agora está bem pressa. Pronta, pelos fundos, ela sai. O abraço gélido do que sobrou da noite ainda lhe gera um certo desconforto, mas ela sabe que este é o momento. Todos sentem sua presença e é linda a cordialidade com a qual todos se respeitam...
As árvores, os pássaros, o céu, até as flores que ela mesma plantou se misturam ao cinza daquele amanhecer. Os cristais e pedras deixados por ela na noite passada, à luz da Lua, também aguardam a nova energia. O chão é úmido e as folhas ainda pesam com as gotas do orvalho, e, por alguns minutos, ela se deixa seduzir por aquela energia.
Erguendo levemente o longo vestido, ela caminha em direção a
floresta: alegria, devoção, calma, êxtase... Não saberia explicar. Seus
movimentos são embalados por suas preces e suas preces elevadas pelos serem que
ali a envolvem. Ela desaparece e Ele não tarda mais nem um minuto.
Está feito.
Ao sair, carrega nas mãos alguns ramos e folhas, sua face já
não é a mesma, seus passos mais leves e descompromissados... Ao cruzar o jardim, ela inspeciona cada planta e, sorridente, questiona um pequeno broto de rosa branca: “– Deixe de preguiça, querida! Já não acha que está na hora de mostrar sua graça?”.
O Sol já aquece todo o ambiente. Na porta ela pendura os novos ramos e é de lá que ver o vapor da água, que espera ansiosa pelas ervas recém colhidas. Decide entrar, mas antes, contempla mais uma vez o Sol, a floresta, seu jardim e, de mãos erguidas, agradece.
O Sol já aquece todo o ambiente. Na porta ela pendura os novos ramos e é de lá que ver o vapor da água, que espera ansiosa pelas ervas recém colhidas. Decide entrar, mas antes, contempla mais uma vez o Sol, a floresta, seu jardim e, de mãos erguidas, agradece.
Por Iris Almeida
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